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quarta-feira, 24 de abril de 2013

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LIVRO DE DANIEL


DANIEL Capítulo 1
1  No ano terceiro do reinado de Jeoiaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei de Babilónia, a Jerusalém, e a sitiou.
2  E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoiaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pós os utensílios na casa do tesouro do seu deus.
3  E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real e dos príncipes,
4  Jovens em quem não houvesse defeito algum, de boa aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para assistirem no palácio do rei, e que lhes ensinassem as letras e a língua dos caldeus.
5  E o rei lhes determinou a porção diária, das iguarias do rei, e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, para que no fim destes pudessem estar diante do rei.
6  E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias;
7  E o chefe dos eunucos lhes pós outros nomes, a saber: a Daniel pós o de Beltessazar, e a Hananias o de Sadraque, e a Misael o de Mesaque, e a Azarias o de Abednego.
8  E Daniel propós no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar.
9  Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos.
10  E disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; pois por que veria ele os vossos rostos mais tristes do que os dos outros jovens da vossa idade? Assim porias em perigo a minha cabeça para com o rei.
11  Então disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias:
12  Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, e que se nos dêem legumes a comer, e água a beber.
13  Então se examine diante de ti a nossa aparência, e a aparência dos jovens que comem a porção das iguarias do rei; e, conforme vires, procederás para com os teus servos.
14  E ele consentiu isto, e os experimentou dez dias.
15  E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores, e eles estavam mais gordos de carne do que todos os jovens que comiam das iguarias do rei.
16  Assim o despenseiro tirou-lhes a porção das iguarias, e o vinho de que deviam beber, e lhes dava legumes.
17  Quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos.
18  E ao fim dos dias, em que o rei tinha falado que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor.
19  E o rei falou com eles; e entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; portanto ficaram assistindo diante do rei.
20  E em toda a matéria de sabedoria e de discernimento, sobre o que o rei lhes perguntou, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos astrólogos que havia em todo o seu reino.
21  E Daniel permaneceu até ao primeiro ano do rei Ciro.
DANIEL Capítulo 2
1  E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, Nabucodonosor teve sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono.
2  Então o rei mandou chamar os magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus, para que declarassem ao rei os seus sonhos; e eles vieram e se apresentaram diante do rei.
3  E o rei lhes disse: Tive um sonho; e para saber o sonho está perturbado o meu espírito.
4  E os caldeus disseram ao rei em aramáico: O rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação.
5  Respondeu o rei, e disse aos caldeus: O assunto me tem escapado; se não me fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo;
6  Mas se vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas, recompensas e grande honra; portanto declarai-me o sonho e a sua interpretação.
7  Responderam segunda vez, e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a sua interpretação.
8  Respondeu o rei, e disse: Percebo muito bem que vós quereis ganhar tempo; porque vedes que o assunto me tem escapado.
9  De modo que, se não me fizerdes saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo; portanto dizei-me o sonho, para que eu entenda que me podeis dar a sua interpretação.
10  Responderam os caldeus na presença do rei, e disseram: Não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei; pois nenhum rei há, grande ou dominador, que requeira coisas semelhantes de algum mago, ou astrólogo, ou caldeu.
11  Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne.
12  Por isso o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilónia.
13  E saiu o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos.
14  Então Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de Babilónia.
15  Respondeu, e disse a Arioque, capitão do rei: Por que se apressa tanto o decreto da parte do rei? Então Arioque explicou o caso a Daniel.
16  E Daniel entrou; e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que lhe pudesse dar a interpretação.
17  Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros;
18  Para que pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o restante dos sábios de Babilónia.
19  Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do céu.
20  Falou Daniel, dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força;
21  E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos.
22  Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz.
23  O Deus de meus pais, eu te dou graças e te louvo, porque me deste sabedoria e força; e agora me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do rei.
24  Por isso Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios de Babilónia; entrou, e disse-lhe assim: Não mates os sábios de Babilónia; introduze-me na presença do rei, e declararei ao rei a interpretação.
25  Então Arioque depressa introduziu a Daniel na presença do rei, e disse-lhe assim: Achei um homem dentre os cativos de Judá, o qual fará saber ao rei a interpretação.
26  Respondeu o rei, e disse a Daniel (cujo nome era Beltessazar): Podes tu fazer-me saber o sonho que tive e a sua interpretação?
27  Respondeu Daniel na presença do rei, dizendo: O segredo que o rei requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o podem declarar ao rei;
28  Mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de acontecer nos últimos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça que tiveste na tua cama são estes:
29  Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos, acerca do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser.
30  E a mim me foi revelado esse mistério, não porque haja em mim mais sabedoria que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração.
31  Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta estátua, que era imensa, cujo esplendor era excelente, e estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.
32  A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre;
33  As pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro.
34  Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.
35  Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra.
36  Este é o sonho; também a sua interpretação diremos na presença do rei.
37  Tu, ó rei, és rei de reis; a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força, e a glória.
38  E onde quer que habitem os filhos de homens, na tua mão entregou os animais do campo, e as aves do céu, e fez que reinasse sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro.
39  E depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual dominará sobre toda a terra.
40  E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro, esmiúça e quebra tudo; como o ferro que quebra todas as coisas, assim ele esmiuçará e fará em pedaços.
41  E, quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois viste o ferro misturado com barro de lodo.
42  E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil.
43  Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.
44  Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,
45  Da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.
46  Então o rei Nabucodonosor caiu sobre a sua face, e adorou a Daniel, e ordenou que lhe oferecessem uma oblação e perfumes suaves.
47  Respondeu o rei a Daniel, e disse: Certamente o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis e revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério.
48  Então o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitas e grandes dádivas, e o pós por governador de toda a província de Babilónia, como também o fez chefe dos governadores sobre todos os sábios de Babilónia.
49  E pediu Daniel ao rei, e constituiu ele sobre os negócios da província de Babilónia a Sadraque, Mesaque e Abednego; mas Daniel permaneceu na porta do rei.
DANIEL Capítulo 3
1  O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era de sessenta cóvados, e a sua largura de seis cóvados; levantou-a no campo de Dura, na província de Babilónia.
2  Então o rei Nabucodonosor mandou reunir os príncipes, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os capitães, e todos os oficiais das províncias, para que viessem à consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado.
3  Então se reuniram os príncipes, os prefeitos e governadores, os capitães, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, e todos os oficiais das províncias, à consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado.
4  E o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e línguas:
5  Quando ouvirdes o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a espécie de música, prostrar-vos-eis, e adorareis a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado.
6  E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro da fornalha de fogo ardente.
7  Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério e de toda a espécie de música, prostraram-se todos os povos, nações e línguas, e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado.
8  Por isso, no mesmo instante chegaram perto alguns caldeus, e acusaram os judeus.
9  E responderam, dizendo ao rei Nabucodonosor: O rei, vive eternamente!
10  Tu, ó rei, fizeste um decreto, pelo qual todo homem que ouvisse o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, e da gaita de foles, e de toda a espécie de música, se prostrasse e adorasse a estátua de ouro;
11  E, qualquer que não se prostrasse e adorasse, seria lançado dentro da fornalha de fogo ardente.
12  Há uns homens judeus, os quais constituíste sobre os negócios da província de Babilónia: Sadraque, Mesaque e Abednego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem adoram a estátua de ouro que levantaste.
13  Então Nabucodonosor, com ira e furor, mandou trazer a Sadraque, Mesaque e Abednego. E trouxeram a estes homens perante o rei.
14  Falou Nabucodonosor, e lhes disse: É de propósito, ó Sadraque, Mesaque e Abednego, que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei?
15  Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a espécie de música, para vos prostrardes e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se não a adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro da fornalha de fogo ardente. E quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos?
16  Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego, e disseram ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos de te responder sobre este negócio.
17  Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua mão, ó rei.
18  E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.
19  Então Nabucodonosor se encheu de furor, e mudou-se o aspecto do seu semblante contra Sadraque, Mesaque e Abednego; falou, e ordenou que a fornalha se aquecesse sete vezes mais do que se costumava aquecer.
20  E ordenou aos homens mais poderosos, que estavam no seu exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, para lançá-los na fornalha de fogo ardente.
21  Então estes homens foram atados, vestidos com as suas capas, suas túnicas, e seus chapéus, e demais roupas, e foram lançados dentro da fornalha de fogo ardente.
22  E, porque a palavra do rei era urgente, e a fornalha estava sobremaneira quente, a chama do fogo matou aqueles homens que carregaram a Sadraque, Mesaque, e Abednego.
23  E estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente.
24  Então o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou, dizendo aos seus conselheiros: Não lançamos nós, dentro do fogo, três homens atados? Responderam e disseram ao rei: É verdade, ó rei.
25  Respondeu, dizendo: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho de Deus.
26  Então chegando-se Nabucodonosor à porta da fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: Sadraque, Mesaque e Abednego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então Sadraque, Mesaque e Abednego saíram do meio do fogo.
27  E reuniram-se os príncipes, os capitães, os governadores e os conselheiros do rei e, contemplando estes homens, viram que o fogo não tinha tido poder algum sobre os seus corpos; nem um só cabelo da sua cabeça se tinha queimado, nem as suas capas se mudaram, nem cheiro de fogo tinha passado sobre eles.
28  Falou Nabucodonosor, dizendo: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, que enviou o seu anjo, e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois violaram a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu Deus.
29  Por mim, pois, é feito um decreto, pelo qual todo o povo, e nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro Deus que possa livrar como este.
30  Então o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego, na província de Babilónia.
DANIEL Capítulo 4
1  Nabucodonosor rei, a todos os povos, nações e línguas, que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada.
2  Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo.
3  Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio de geração em geração.
4  Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em minha casa, e próspero no meu palácio.
5  Tive um sonho, que me espantou; e estando eu na minha cama, as imaginações e as visões da minha cabeça me turbaram.
6  Por isso expedi um decreto, para que fossem introduzidos à minha presença todos os sábios de Babilónia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho.
7  Então entraram os magos, os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores, e eu contei o sonho diante deles; mas não me fizeram saber a sua interpretação.
8  Mas por fim entrou na minha presença Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome do meu deus, e no qual há o espírito dos deuses santos; e eu lhe contei o sonho, dizendo:
9  Beltessazar, mestre dos magos, pois eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos, e nenhum mistério te é difícil, dize-me as visões do meu sonho que tive e a sua interpretação.
10  Eis, pois, as visões da minha cabeça, estando eu na minha cama: Eu estava assim olhando, e vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande;
11  Crescia esta árvore, e se fazia forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e era vista até aos confins da terra.
12  A sua folhagem era formosa, e o seu fruto abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e toda a carne se mantinha dela.
13  Estava vendo isso nas visões da minha cabeça, estando eu na minha cama; e eis que um vigia, um santo, descia do céu,
14  Clamando fortemente, e dizendo assim: Derrubai a árvore, e cortai-lhe os ramos, sacudi as suas folhas, espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela, e as aves dos seus ramos.
15  Mas deixai na terra o tronco com as suas raízes, atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e seja a sua porção com os animais na erva da terra;
16  Seja mudado o seu coração, para que não seja mais coração de homem, e lhe seja dado coração de animal; e passem sobre ele sete tempos.
17  Esta sentença é por decreto dos vigias, e esta ordem por mandado dos santos, a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até ao mais humilde dos homens constitui sobre ele.
18  Este sonho eu, rei Nabucodonosor vi. Tu, pois, Beltessazar, dize a interpretação, porque todos os sábios do meu reino não puderam fazer-me saber a sua interpretação, mas tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos.
19  Então Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atónito por uma hora, e os seus pensamentos o turbavam; falou, pois, o rei, dizendo: Beltessazar, não te espante o sonho, nem a sua interpretação. Respondeu Beltessazar, dizendo: Senhor meu, seja o sonho contra os que te têm ódio, e a sua interpretação aos teus inimigos.
20  A árvore que viste, que cresceu, e se fez forte, cuja altura chegava até ao céu, e que foi vista por toda a terra;
21  Cujas folhas eram formosas, e o seu fruto abundante, e em que para todos havia sustento, debaixo da qual moravam os animais do campo, e em cujos ramos habitavam as aves do céu;
22  És tu, ó rei, que cresceste, e te fizeste forte; a tua grandeza cresceu, e chegou até ao céu, e o teu domínio até à extremidade da terra.
23  E quanto ao que viu o rei, um vigia, um santo, que descia do céu, e dizia: Cortai a árvore, e destruí-a, mas o tronco com as suas raízes deixai na terra, e atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais do campo, até que passem sobre ele sete tempos;
24  Esta é a interpretação, ó rei; e este é o decreto do Altíssimo, que virá sobre o rei, meu senhor:
25  Serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti; até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.
26  E quanto ao que foi falado, que deixassem o tronco com as raízes da árvore, o teu reino voltará para ti, depois que tiveres conhecido que o céu reina.
27  Portanto, ó rei, aceita o meu conselho, e põe fim aos teus pecados, praticando a justiça, e às tuas iniqüidades, usando de misericórdia com os pobres, pois, talvez se prolongue a tua tranqüilidade.
28  Todas estas coisas vieram sobre o rei Nabucodonosor.
29  Ao fim de doze meses, quando passeava no palácio real de Babilónia,
30  Falou o rei, dizendo: Não é esta a grande Babilónia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?
31  Ainda estava a palavra na boca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Passou de ti o reino.
32  E serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo domina sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.
33  Na mesma hora se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor, e foi tirado dentre os homens, e comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu pelo, como as penas da águia, e as suas unhas como as das aves.
34  Mas ao fim daqueles dias eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração.
35  E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?
36  No mesmo tempo tornou a mim o meu entendimento, e para a dignidade do meu reino tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; e buscaram-me os meus conselheiros e os meus senhores; e fui restabelecido no meu reino, e a minha glória foi aumentada.
37  Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalço e glorifico ao Rei do céu; porque todas as suas obras são verdade, e os seus caminhos juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba.
DANIEL Capítulo 5
1  O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus senhores, e bebeu vinho na presença dos mil.
2  Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os vasos de ouro e de prata, que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus príncipes, as suas mulheres e concubinas.
3  Então trouxeram os vasos de ouro, que foram tirados do templo da casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus príncipes, as suas mulheres e concubinas.
4  Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra.
5  Na mesma hora apareceram uns dedos de mão de homem, e escreviam, defronte do castiçal, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo.
6  Mudou-se então o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro.
7  E gritou o rei com força, que se introduzissem os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores; e falou o rei, dizendo aos sábios de Babilónia: Qualquer que ler este escrito, e me declarar a sua interpretação, será vestido de púrpura, e trará uma cadeia de ouro ao pescoço e, no reino, será o terceiro governante.
8  Então entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler o escrito, nem fazer saber ao rei a sua interpretação.
9  Então o rei Belsazar perturbou-se muito, e mudou-se-lhe o semblante; e os seus senhores estavam sobressaltados.
10  A rainha, por causa das palavras do rei e dos seus senhores, entrou na casa do banquete, e respondeu, dizendo: O rei, vive para sempre! Não te perturbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante.
11  Há no teu reino um homem, no qual há o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, o rei, o constituiu mestre dos magos, dos astrólogos, dos caldeus e dos adivinhadores;
12  Porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e conhecimento, e entendimento, interpretando sonhos e explicando enigmas, e resolvendo dúvidas, ao qual o rei pós o nome de Beltessazar. Chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará a interpretação.
13  Então Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei, dizendo a Daniel: És tu aquele Daniel, um dos filhos dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?
14  Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti se acham a luz, e o entendimento e a excelente sabedoria.
15  Agora mesmo foram introduzidos à minha presença os sábios e os astrólogos, para lerem este escrito, e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras.
16  Eu, porém, tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretação e resolver dúvidas. Agora, se puderes ler este escrito, e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, e terás cadeia de ouro ao pescoço e no reino serás o terceiro governante.
17  Então respondeu Daniel, e disse na presença do rei: As tuas dádivas fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outro; contudo lerei ao rei o escrito, e far-lhe-ei saber a interpretação.
18  O rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino, e a grandeza, e a glória, e a majestade.
19  E por causa da grandeza, que lhe deu, todos os povos, nações e línguas tremiam e temiam diante dele; a quem queria matava, e a quem queria conservava em vida; e a quem queria engrandecia, e a quem queria abatia.
20  Mas quando o seu coração se exaltou, e o seu espírito se endureceu em soberba, foi derrubado do seu trono real, e passou dele a sua glória.
21  E foi tirado dentre os filhos dos homens, e o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; fizeram-no comer a erva como os bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele.
22  E tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste tudo isto.
23  E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos à tua presença os vasos da casa dele, e tu, os teus senhores, as tuas mulheres e as tuas concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, e de quem são todos os teus caminhos, a ele não glorificaste.
24  Então dele foi enviada aquela parte da mão, que escreveu este escrito.
25  Este, pois, é o escrito que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM.
26  Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou.
27  TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta.
28  PERES: Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos persas.
29  Então mandou Belsazar que vestissem a Daniel de púrpura, e que lhe pusessem uma cadeia de ouro ao pescoço, e proclamassem a respeito dele que havia de ser o terceiro no governo do seu reino.
30  Naquela noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus.
31  E Dario, o medo, ocupou o reino, sendo da idade de sessenta e dois anos.
DANIEL Capítulo 6
1  E pareceu bem a Dario constituir sobre o reino cento e vinte príncipes, que estivessem sobre todo o reino;
2  E sobre eles três presidentes, dos quais Daniel era um, aos quais estes príncipes dessem conta, para que o rei não sofresse dano.
3  Então o mesmo Daniel sobrepujou a estes presidentes e príncipes; porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino.
4  Então os presidentes e os príncipes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa.
5  Então estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a achar-mos contra ele na lei do seu Deus.
6  Então estes presidentes e príncipes foram juntos ao rei, e disseram-lhe assim: O rei Dario, vive para sempre!
7  Todos os presidentes do reino, os capitães e príncipes, conselheiros e governadores, concordaram em promulgar um edito real e confirmar a proibição que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões.
8  Agora, pois, ó rei, confirma a proibição, e assina o edito, para que não seja mudado, conforme a lei dos medos e dos persas, que não se pode revogar.
9  Por esta razão o rei Dario assinou o edito e a proibição.
10  Daniel, pois, quando soube que o edito estava assinado, entrou em sua casa (ora havia no seu quarto janelas abertas do lado de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer.
11  Então aqueles homens foram juntos, e acharam a Daniel orando e suplicando diante do seu Deus.
12  Então se apresentaram ao rei e, a respeito do edito real, disseram-lhe: Porventura não assinaste o edito, pelo qual todo o homem que fizesse uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, por espaço de trinta dias, e não a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leões? Respondeu o rei, dizendo: Esta palavra é certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que não se pode revogar.
13  Então responderam ao rei, dizendo-lhe: Daniel, que é dos filhos dos cativos de Judá, não tem feito caso de ti, ó rei, nem do edito que assinaste, antes três vezes por dia faz a sua oração.
14  Ouvindo então o rei essas palavras, ficou muito penalizado, e a favor de Daniel propós dentro do seu coração livrá-lo; e até ao pór do sol trabalhou para salvá-lo.
15  Então aqueles homens foram juntos ao rei, e disseram-lhe: Sabe, ó rei, que é lei dos medos e dos persas que nenhum edito ou decreto, que o rei estabeleça, se pode mudar.
16  Então o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e lançaram-no na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará.
17  E foi trazida uma pedra e posta sobre a boca da cova; e o rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus senhores, para que não se mudasse a sentença acerca de Daniel.
18  Então o rei se dirigiu para o seu palácio, e passou a noite em jejum, e não deixou trazer à sua presença instrumentos de música; e fugiu dele o sono.
19  Pela manhã, ao romper do dia, levantou-se o rei, e foi com pressa à cova dos leões.
20  E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e disse o rei a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?
21  Então Daniel falou ao rei: O rei, vive para sempre!
22  O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum.
23  Então o rei muito se alegrou em si mesmo, e mandou tirar a Daniel da cova. Assim foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus.
24  E ordenou o rei, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado a Daniel, e foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos.
25  Então o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e línguas que moram em toda a terra: A paz vos seja multiplicada.
26  Da minha parte é feito um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre, e o seu reino não se pode destruir, e o seu domínio durará até o fim.
27  Ele salva, livra, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; ele salvou e livrou Daniel do poder dos leões.
28  Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa.
DANIEL Capítulo 7
1  No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilónia, teve Daniel um sonho e visões da sua cabeça quando estava na sua cama; escreveu logo o sonho, e relatou a suma das coisas.
2  Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar grande.
3  E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.
4  O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem.
5  Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne.
6  Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.
7  Depois disto eu continuei olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres.
8  Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas.
9  Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a pura lã; e seu trono era de chamas de fogo, e as suas rodas de fogo ardente.
10  Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões assistiam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.
11  Então estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que o chifre proferia; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo;
12  E, quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes prolongada a vida até certo espaço de tempo.
13  Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele.
14  E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.
15  Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me perturbaram.
16  Cheguei-me a um dos que estavam perto, e pedi-lhe a verdade acerca de tudo isto. E ele me disse, e fez-me saber a interpretação das coisas.
17  Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra.
18  Mas os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, e de eternidade em eternidade.
19  Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro e as suas unhas de bronze; que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobrava;
20  E também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça, e do outro que subiu, e diante do qual caíram três, isto é, daquele que tinha olhos, e uma boca que falava grandes coisas, e cujo parecer era mais robusto do que o dos seus companheiros.
21  Eu olhava, e eis que este chifre fazia guerra contra os santos, e prevaleceu contra eles.
22  Até que veio o ancião de dias, e fez justiça aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino.
23  Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços.
24  E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.
25  E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo.
26  Mas o juízo será estabelecido, e eles tirarão o seu domínio, para o destruir e para o desfazer até ao fim.
27  E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão.
28  Aqui terminou o assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e mudou-se em mim o meu semblante; mas guardei o assunto no meu coração.
DANIEL Capítulo 8
1  No ano terceiro do reinado do rei Belsazar apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no princípio.
2  E vi na visão; e sucedeu que, quando vi, eu estava na cidadela de Susã, na província de Elão; vi, pois, na visão, que eu estava junto ao rio Ulai.
3  E levantei os meus olhos, e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha dois chifres; e os dois chifres eram altos, mas um era mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último.
4  Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir; nem havia quem pudesse livrar-se da sua mão; e ele fazia conforme a sua vontade, e se engrandecia.
5  E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha um chifre insigne entre os olhos.
6  E dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, ao qual eu tinha visto em pé diante do rio, e correu contra ele no ímpeto da sua força.
7  E vi-o chegar perto do carneiro, enfurecido contra ele, e ferindo-o quebrou-lhe os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe resistir, e o bode o lançou por terra, e o pisou aos pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão.
8  E o bode se engrandeceu sobremaneira; mas, estando na sua maior força, aquele grande chifre foi quebrado; e no seu lugar subiram outros quatro também insignes, para os quatro ventos do céu.
9  E de um deles saiu um chifre muito pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa.
10  E se engrandeceu até contra o exército do céu; e a alguns do exército, e das estrelas, lançou por terra, e os pisou.
11  E se engrandeceu até contra o príncipe do exército; e por ele foi tirado o sacrifício contínuo, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra.
12  E um exército foi dado contra o sacrifício contínuo, por causa da transgressão; e lançou a verdade por terra, e o fez, e prosperou.
13  Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício contínuo, e da transgressão assoladora, para que sejam entregues o santuário e o exército, a fim de serem pisados?
14  E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.
15  E aconteceu que, havendo eu, Daniel, tido a visão, procurei o significado, e eis que se apresentou diante de mim como que uma semelhança de homem.
16  E ouvi uma voz de homem entre as margens do Ulai, a qual gritou, e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão.
17  E veio perto de onde eu estava; e, vindo ele, me amedrontei, e caí sobre o meu rosto; mas ele me disse: Entende, filho do homem, porque esta visão acontecerá no fim do tempo.
18  E, estando ele falando comigo, caí adormecido com o rosto em terra; ele, porém, me tocou, e me fez estar em pé.
19  E disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; pois isso pertence ao tempo determinado do fim.
20  Aquele carneiro que viste com dois chifres são os reis da Média e da Pérsia,
21  Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei;
22  O ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão da mesma nação, mas não com a força dele.
23  Mas, no fim do seu reinado, quando acabarem os prevaricadores, se levantará um rei, feroz de semblante, e será entendido em adivinhações.
24  E se fortalecerá o seu poder, mas não pela sua própria força; e destruirá maravilhosamente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os poderosos e o povo santo.
25  E pelo seu entendimento também fará prosperar o engano na sua mão; e no seu coração se engrandecerá, e destruirá a muitos que vivem em segurança; e se levantará contra o Príncipe dos príncipes, mas sem mão será quebrado.
26  E a visão da tarde e da manhã que foi falada, é verdadeira. Tu, porém, cerra a visão, porque se refere a dias muito distantes.
27  E eu, Daniel, enfraqueci, e estive enfermo alguns dias; então levantei-me e tratei do negócio do rei. E espantei-me acerca da visão, e não havia quem a entendesse.
DANIEL Capítulo 9
1  No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,
2  No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
3  E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.
4  E orei ao SENHOR meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
5  Pecamos, e cometemos iniqüidades, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;
6  E não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, como também a todo o povo da terra.
7  A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas rebeliões que cometeram contra ti.
8  O Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra ti.
9  Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia, e o perdão; pois nos rebelamos contra ele,
10  E não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas.
11  Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se para não obedecer à tua voz; por isso a maldição e o juramento, que estão escritos na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós; porque pecamos contra ele.
12  E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito em Jerusalém.
13  Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não suplicamos à face do SENHOR nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniqüidades, e para nos aplicarmos à tua verdade.
14  Por isso o SENHOR vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; porque justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras, que fez, pois não obedecemos à sua voz.
15  Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e ganhaste para ti nome, como hoje se vê; temos pecado, temos procedido impiamente.
16  O Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porque por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
17  Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor.
18  Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
19  O Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.
20  Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do SENHOR, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,
21  Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde.
22  Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.
23  No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão.
24  Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.
25  Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
26  E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.
27  E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
DANIEL Capítulo 10
1  No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome era Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito; e ele entendeu esta palavra, e tinha entendimento da visão.
2  Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas.
3  Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas.
4  E no dia vinte e quatro do primeiro mês eu estava à borda do grande rio Hidequel;
5  E levantei os meus olhos, e olhei, e eis um homem vestido de linho, e os seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz;
6  E o seu corpo era como berilo, e o seu rosto parecia um relámpago, e os seus olhos como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como a voz de uma multidão.
7  E só eu, Daniel, tive aquela visão. Os homens que estavam comigo não a viram; contudo caiu sobre eles um grande temor, e fugiram, escondendo-se.
8  Fiquei, pois, eu só, a contemplar esta grande visão, e não ficou força em mim; transmudou-se o meu semblante em corrupção, e não tive força alguma.
9  Contudo ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo o som das suas palavras, eu caí sobre o meu rosto num profundo sono, com o meu rosto em terra.
10  E eis que certa mão me tocou, e fez com que me movesse sobre os meus joelhos e sobre as palmas das minhas mãos.
11  E me disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que vou te dizer, e levanta-te sobre os teus pés, porque a ti sou enviado. E, falando ele comigo esta palavra, levantei-me tremendo.
12  Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras.
13  Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.
14  Agora vim, para fazer-te entender o que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias; porque a visão é ainda para muitos dias.
15  E, falando ele comigo estas palavras, abaixei o meu rosto para a terra, e emudeci.
16  E eis que alguém, semelhante aos filhos dos homens, tocou-me os lábios; então abri a minha boca, e falei, dizendo àquele que estava em pé diante de mim: senhor meu, por causa da visão sobre-vieram-me dores, e não me ficou força alguma.
17  Como, pois, pode o servo do meu senhor falar com o meu senhor? Porque, quanto a mim, desde agora não resta força em mim, e nem fólego ficou em mim.
18  E aquele, que tinha aparência de um homem, tocou-me outra vez, e fortaleceu-me.
19  E disse: Não temas, homem muito amado, paz seja contigo; anima-te, sim, anima-te. E, falando ele comigo, fiquei fortalecido, e disse: Fala, meu senhor, porque me fortaleceste.
20  E ele disse: Sabes por que eu vim a ti? Agora, pois, tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia.
21  Mas eu te declararei o que está registrado na escritura da verdade; e ninguém há que me anime contra aqueles, senão Miguel, vosso príncipe.
DANIEL Capítulo 11
1  Eu, pois, no primeiro ano de Dario, o medo, levantei-me para animá-lo e fortalecê-lo.
2  E agora te declararei a verdade: Eis que ainda três reis estarão na Pérsia, e o quarto acumulará grandes riquezas, mais do que todos; e, tornando-se forte, por suas riquezas, suscitará a todos contra o reino da Grécia.
3  Depois se levantará um rei valente, que reinará com grande domínio, e fará o que lhe aprouver.
4  Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem tampouco segundo o seu domínio com que reinou, porque o seu reino será arrancado, e passará a outros que não eles.
5  E será forte o rei do sul; mas um dos seus príncipes será mais forte do que ele, e reinará poderosamente; seu domínio será grande.
6  Mas, ao fim de alguns anos, eles se aliarão; e a filha do rei do sul virá ao rei do norte para fazer um tratado; mas ela não reterá a força do seu braço; nem ele persistirá, nem o seu braço, porque ela será entregue, e os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a fortalecia naqueles tempos.
7  Mas de um renovo das raízes dela um se levantará em seu lugar, e virá com o exército, e entrará na fortaleza do rei do norte, e operará contra eles, e prevalecerá.
8  Também os seus deuses com as suas imagens de fundição, com os seus objetos preciosos de prata e ouro, levará cativos para o Egito; e por alguns anos ele persistirá contra o rei do norte.
9  E entrará no reino o rei do sul, e tornará para a sua terra.
10  Mas seus filhos intervirão e reunirão uma multidão de grandes forças; e virá apressadamente e inundará, e passará adiante; e, voltando levará a guerra até a sua fortaleza.
11  Então o rei do sul se exasperará, e sairá, e pelejará contra ele, contra o rei do norte; este porá em campo grande multidão, e aquela multidão será entregue na sua mão.
12  A multidão será tirada e o seu coração se elevará; mas ainda que derrubará muitos milhares, contudo não prevalecerá.
13  Porque o rei do norte tornará, e porá em campo uma multidão maior do que a primeira, e ao fim dos tempos, isto é, de anos, virá à pressa com grande exército e com muitas riquezas.
14  E, naqueles tempos, muitos se levantarão contra o rei do sul; e os violentos dentre o teu povo se levantarão para cumprir a visão, mas eles cairão.
15  E o rei do norte virá, e levantará baluartes, e tomará a cidade forte; e os braços do sul não poderão resistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força para resistir.
16  O que, pois, há de vir contra ele fará segundo a sua vontade, e ninguém poderá resistir diante dele; e estará na terra gloriosa, e por sua mão haverá destruição.
17  E dirigirá o seu rosto, para vir com a potência de todo o seu reino, e com ele os retos, assim ele fará; e lhe dará uma filha das mulheres, para corrompê-la; ela, porém, não subsistirá, nem será para ele.
18  Depois virará o seu rosto para as ilhas, e tomará muitas; mas um príncipe fará cessar o seu opróbrio contra ele, e ainda fará recair sobre ele o seu opróbrio.
19  Virará então o seu rosto para as fortalezas da sua própria terra, mas tropeçará, e cairá, e não será achado.
20  E em seu lugar se levantará quem fará passar um arrecadador pela glória do reino; mas em poucos dias será quebrantado, e isto sem ira e sem batalha.
21  Depois se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente, e tomará o reino com engano.
22  E com os braços de uma inundação serão varridos de diante dele; e serão quebrantados, como também o príncipe da aliança.
23  E, depois do concerto com ele, usará de engano; e subirá, e se tornará forte com pouca gente.
24  Virá também caladamente aos lugares mais férteis da província, e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais; repartirá entre eles a presa e os despojos, e os bens, e formará os seus projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo.

25  E suscitará a sua força e a sua coragem contra o rei do sul com um grande exército; e o rei do sul se envolverá na guerra com um grande e mui poderoso exército; mas não subsistirá, porque maquinarão projetos contra ele.
26  E os que comerem os seus alimentos o destruirão; e o exército dele será arrazado, e cairão muitos mortos.
27  Também estes dois reis terão o coração atento para fazerem o mal, e a uma mesma mesa falarão a mentira; mas isso não prosperará, porque ainda verá o fim no tempo determinado.
28  Então tornará para a sua terra com muitos bens, e o seu coração será contra a santa aliança; e fará o que lhe aprouver, e tornará para a sua terra.
29  No tempo determinado tornará a vir em direção do sul; mas não será na última vez como foi na primeira.
30  Porque virão contra ele navios de Quitim, que lhe causarão tristeza; e voltará, e se indignará contra a santa aliança, e fará o que lhe aprouver; voltará e atenderá aos que tiverem abandonado a santa aliança.
31  E braços serão colocados sobre ele, que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o sacrifício contínuo, estabelecendo abominação desoladora.
32  E aos violadores da aliança ele com lisonjas perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas.
33  E os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias.
34  E, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas.
35  E alguns dos entendidos cairão, para serem provados, purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo, porque será ainda para o tempo determinado.
36  E este rei fará conforme a sua vontade, e levantar-se-á, e engrandecer-se-á sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas, e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito.
37  E não terá respeito ao Deus de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a deus algum, porque sobre tudo se engrandecerá.
38  Mas em seu lugar honrará a um deus das forças; e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis.
39  Com o auxílio de um deus estranho agirá contra as poderosas fortalezas; aos que o reconhecerem multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e repartirá a terra por preço.
40  E, no fim do tempo, o rei do sul lutará com ele, e o rei do norte se levantará contra ele com carros, e com cavaleiros, e com muitos navios; e entrará nas suas terras e as inundará, e passará.
41  E entrará na terra gloriosa, e muitos países cairão, mas da sua mão escaparão estes: Edom e Moabe, e os chefes dos filhos de Amom.
42  E estenderá a sua mão contra os países, e a terra do Egito não escapará.
43  E apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata e de todas as coisas preciosas do Egito; e os líbios e os etíopes o seguirão.
44  Mas os rumores do oriente e do norte o espantarão; e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos.
45  E armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o monte santo e glorioso; mas chegará ao seu fim, e não haverá quem o socorra.
DANIEL Capítulo 12
1  E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.
2  E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.
3  Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.
4  E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.
5  Então eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé outros dois, um deste lado, à beira do rio, e o outro do outro lado, à beira do rio.
6  E ele disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Quando será o fim destas maravilhas?
7  E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, o qual levantou ao céu a sua mão direita e a sua mão esquerda, e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria para um tempo, tempos e metade do tempo, e quando tiverem acabado de espalhar o poder do povo santo, todas estas coisas serão cumpridas.
8  Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas?
9  E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim.
10  Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão.
11  E desde o tempo em que o sacrifício contínuo for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.
12  Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias.
13  Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias.


LIVRO DE OSÉIAS
OSÉIAS Capítulo 1
1  Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Oséias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel.
2  O princípio da palavra do SENHOR por meio de Oséias. Disse, pois, o SENHOR a Oséias: Vai, toma uma mulher de prostituições, e filhos de prostituição; porque a terra certamente se prostitui, desviando-se do SENHOR.
3  Foi, pois, e tomou a Gómer, filha de Diblaim, e ela concebeu, e lhe deu um filho.
4  E disse-lhe o SENHOR: Põe-lhe o nome de Jizreel; porque daqui a pouco visitarei o sangue de Jizreel sobre a casa de Jeú, e farei cessar o reino da casa de Israel.
5  E naquele dia quebrarei o arco de Israel no vale de Jizreel.
6  E tornou ela a conceber, e deu à luz uma filha. E Deus disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ruama; porque eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei.
7  Mas da casa de Judá me compadecerei, e os salvarei pelo SENHOR seu Deus, pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra, nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros.
8  E, depois de haver desmamado a Lo-Ruama, concebeu e deu à luz um filho.
9  E Deus disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ami; porque vós não sois meu povo, nem eu serei vosso Deus.
10  Todavia o número dos filhos de Israel será como a areia do mar, que não pode medir-se nem contar-se; e acontecerá que no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo.
11  E os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se congregarão, e constituirão sobre si uma só cabeça, e subirão da terra; porque grande será o dia de Jizreel.
OSÉIAS Capítulo 2
1  Dizei a vossos irmãos: Ami; e a vossas irmãs: Ruama.
2  Contendei com vossa mãe, contendei, porque ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido; e desvie ela as suas prostituições da sua vista e os seus adultérios de entre os seus seios.
3  Para que eu não a despoje, ficando ela nua, e a ponha como no dia em que nasceu, e a faça como um deserto, e a torne como uma terra seca, e a mate à sede;
4  E não me compadeça de seus filhos, porque são filhos de prostituições.
5  Porque sua mãe se prostituiu; aquela que os concebeu houve-se torpemente, porque diz: Irei atrás de meus amantes, que me dão o meu pão e a minha água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e as minhas bebidas.
6  Portanto, eis que cercarei o teu caminho com espinhos; e levantarei um muro de sebe, para que ela não ache as suas veredas.
7  Ela irá atrás de seus amantes, mas não os alcançará; e buscá-los-á, mas não os achará; então dirá: Ir-me-ei, e tornar-me-ei a meu primeiro marido, porque melhor me ia então do que agora.
8  Ela, pois, não reconhece que eu lhe dei o grão, e o mosto, e o azeite, e que lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal.
9  Portanto tornarei a tirar o meu grão a seu tempo e o meu mosto no seu tempo determinado; e arrebatarei a minha lã e o meu linho, com que cobriam a sua nudez.
10  E agora descobrirei a sua vileza diante dos olhos dos seus amantes, e ninguém a livrará da minha mão.
11  E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas festividades.
12  E devastarei a sua vide e a sua figueira, de que ela diz: É esta a minha paga que me deram os meus amantes; eu, pois, farei delas um bosque, e as feras do campo as devorarão.
13  Castigá-la-ei pelos dias dos Baalins, nos quais lhes queimou incenso, e se adornou dos seus pendentes e das suas joias, e andou atrás de seus amantes, mas de mim se esqueceu, diz o SENHOR.
14  Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração.
15  E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias de sua mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito.
16  E naquele dia, diz o SENHOR, tu me chamarás: Meu marido; e não mais me chamarás: Meu senhor.
17  E da sua boca tirarei os nomes dos Baalins, e não mais se lembrará desses nomes.
18  E naquele dia farei por eles aliança com as feras do campo, e com as aves do céu, e com os répteis da terra; e da terra quebrarei o arco, e a espada, e a guerra, e os farei deitar em segurança.
19  E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias.
20  E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao SENHOR.
21  E acontecerá naquele dia que eu atenderei, diz o SENHOR; eu atenderei aos céus, e estes atenderão à terra.
22  E a terra atenderá ao trigo, e ao mosto, e ao azeite, e estes atenderão a Jizreel.
23  E semeá-la-ei para mim na terra, e compadecer-me-ei dela que não obteve misericórdia; e eu direi àquele que não era meu povo: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és meu Deus!
OSÉIAS Capítulo 3
1  E o SENHOR me disse: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo, contudo adúltera, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses, e amem os bolos de uvas.
2  E comprei-a para mim por quinze peças de prata, e um ómer, e meio ómer de cevada;
3  E ele lhe disse: Tu ficarás comigo muitos dias; não te prostituirás, nem serás de outro homem; assim também eu esperarei por ti.
4  Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, e sem príncipe, e sem sacrifício, e sem estátua, e sem éfode ou terafim.
5  Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao SENHOR seu Deus, e a Davi, seu rei; e temerão ao SENHOR, e à sua bondade, no fim dos dias.
OSÉIAS Capítulo 4
1  Ouvi a palavra do SENHOR, vós filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus.
2  Só permanecem o perjurar, o mentir, o matar, o furtar e o adulterar; fazem violência, um ato sanguinário segue imediatamente a outro.
3  Por isso a terra se lamentará, e qualquer que morar nela desfalecerá, com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar serão tirados.
4  Todavia ninguém contenda, ninguém repreenda, porque o teu povo é como os que contendem com o sacerdote.
5  Por isso tropeçarás de dia, e o profeta contigo tropeçará de noite; e destruirei a tua mãe.
6  O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.

7  Como eles se multiplicaram, assim pecaram contra mim; eu mudarei a sua honra em vergonha.
8  Comem da oferta pelo pecado do meu povo, e pela transgressão dele têm desejo ardente.
9  Por isso, como é o povo, assim será o sacerdote; e castigá-lo-ei segundo os seus caminhos, e dar-lhe-ei a recompensa das suas obras.
10  Comerão, mas não se fartarão; entregar-se-ão à luxúria, mas não se multiplicarão; porque deixaram de atentar ao SENHOR.
11  A luxúria, e o vinho, e o mosto tiram o coração.
12  O meu povo consulta a sua madeira, e a sua vara lhe responde, porque o espírito da luxúria os engana, e prostituem-se, apartando-se da sujeição do seu Deus.
13  Sacrificam sobre os cumes dos montes, e queimam incenso sobre os outeiros, debaixo do carvalho, e do álamo, e do olmeiro, porque é boa a sua sombra; por isso vossas filhas se prostituem, e as vossas noras adulteram.
14  Eu não castigarei vossas filhas, quando se prostituem, nem vossas noras, quando adulteram; porque eles mesmos com as prostitutas se desviam, e com as meretrizes sacrificam; pois o povo que não tem entendimento será transtornado.
15  Ainda que tu, ó Israel, queiras prostituir-te, contudo não se faça culpado Judá; não venhais a Gilgal, e não subais a Bete-Aven, e não jureis, dizendo: Vive o SENHOR.
16  Porque como uma novilha obstinada se rebelou Israel; agora o SENHOR os apascentará como a um cordeiro num lugar espaçoso.
17  Efraim está entregue aos ídolos; deixa-o.
18  A sua bebida se foi; lançaram-se à luxúria continuamente; certamente os seus governadores amam a vergonha.
19  Um vento os envolveu nas suas asas, e envergonhar-se-ão por causa dos seus sacrifícios.
OSÉIAS Capítulo 5
1  Ouvi isto, ó sacerdotes, e escutai, ó casa de Israel, e dai ouvidos, ó casa do rei, porque contra vós se dirige este juízo, visto que fostes um laço para Mizpá, e rede estendida sobre o Tabor.
2  Os revoltos se aprofundaram na matança; mas eu castigarei a todos eles.
3  Eu conheço a Efraim, e Israel não se esconde de mim; porque agora te tens prostituído, ó Efraim, e Israel se contaminou.
4  Não querem ordenar as suas ações a fim de voltarem para o seu Deus, porque o espírito das prostituições está no meio deles, e não conhecem ao SENHOR.
5  A soberba de Israel testificará no seu rosto; e Israel e Efraim cairão pela sua injustiça, e Judá cairá juntamente com eles.
6  Então irão com os seus rebanhos, e com o seu gado, para buscarem ao SENHOR, mas não o acharão; ele se retirou deles.
7  Aleivosamente se houveram contra o SENHOR, porque geraram filhos estranhos; agora em um só mês os consumirá com as suas porções.
8  Tocai a buzina em Gibeá, a trombeta em Ramá; gritai altamente em Bete-Aven; depois de ti, ó Benjamim.
9  Efraim será para assolação no dia do castigo; entre as tribos de Israel manifestei o que está certo.
10  Os príncipes de Judá são como os que mudam os limites; derramarei, pois, o meu furor sobre eles como água.
11  Efraim está oprimido e quebrantado no juízo, porque quis andar após o mandamento dos homens.
12  Portanto a Efraim serei como a traça, e para a casa de Judá como a podridão.
13  Quando Efraim viu a sua enfermidade, e Judá a sua chaga, subiu Efraim à Assíria e enviou ao rei Jarebe; mas ele não poderá sarar-vos, nem curar a vossa chaga.
14  Porque para Efraim serei como um leão, e como um leãozinho à casa de Judá: eu, eu o despedaçarei, e ir-me-ei embora; arrebatarei, e não haverá quem livre.
15  Irei e voltarei ao meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles angustiados, de madrugada me buscarão.
OSÉIAS Capítulo 6
1  Vinde, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida.
2  Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele.
3  Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva seródia que rega a terra.
4  Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque a vossa benignidade é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa.
5  Por isso os abati pelos profetas; pelas palavras da minha boca os matei; e os teus juízos sairão como a luz,
6  Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.
7  Mas eles transgrediram a aliança, como Adão; eles se portaram aleivosamente contra mim.
8  Gileade é a cidade dos que praticam iniqüidade, manchada de sangue.
9  Como as hordas de salteadores que esperam alguns, assim é a companhia dos sacerdotes que matam no caminho num mesmo consenso; sim, eles cometem abominações.
10  Vejo uma coisa horrenda na casa de Israel, ali está a prostituição de Efraim; Israel está contaminado.
11  Também para ti, ó Judá, está assinada uma sega, quando eu trouxer o cativeiro do meu povo.
OSÉIAS Capítulo 7
1  Sarando eu a Israel, se descobriu a iniqüidade de Efraim, como também as maldades de Samaria, porque praticaram a falsidade; e o ladrão entra, e a horda dos salteadores despoja por fora.
2  E não dizem no seu coração que eu me lembro de toda a sua maldade; agora, pois, os cercam as suas obras; diante da minha face estão.
3  Com a sua malícia alegram ao rei, e com as suas mentiras aos príncipes.
4  Todos eles são adúlteros; são semelhantes ao forno aceso pelo padeiro, que cessa de mexer nas brasas, depois que amassou a massa, até que seja levedada.
5  E no dia do nosso rei os príncipes se tornaram doentes com frascos de vinho; ele estendeu a sua mão com os escarnecedores.
6  Porque, prepararam o coração como um forno, na sua emboscada; toda a noite dorme o seu padeiro, pela manhã arde como fogo de chama.
7  Todos eles estão quentes como um forno, e consomem os seus juízes; todos os seus reis caem, ninguém entre eles há que me invoque.
8  Efraim se mistura com os povos; Efraim é um bolo que não foi virado.
9  Estrangeiros lhe comeram a força, e ele não o sabe; também as cãs se espalharam sobre ele, e não o sabe.
10  E a soberba de Israel testificará diante dele; todavia não voltarão para o SENHOR seu Deus, nem o buscarão em tudo isto.
11  Porque Efraim é como uma pomba ingênua, sem entendimento; invocam o Egito, vão para a Assíria.
12  Quando forem, sobre eles estenderei a minha rede, e como aves do céu os farei descer; castigá-los-ei, conforme o que eles têm ouvido na sua congregação.
13  Ai deles, porque fugiram de mim; destruição sobre eles, porque se rebelaram contra mim; eu os remi, mas disseram mentiras contra mim.
14  E não clamaram a mim com seu coração, mas davam uivos nas suas camas; para o trigo e para o vinho se ajuntam, mas contra mim se rebelam.
15  Eu os corrigi, e lhes esforcei os braços, mas pensam mal contra mim.
16  Eles voltaram, mas não para o Altíssimo. Fizeram-se como um arco enganador; caem à espada os seus príncipes, por causa do furor da sua língua; este será o seu escárnio na terra do Egito.
OSÉIAS Capítulo 8
1  Põe a trombeta à tua boca. Ele virá como a águia contra a casa do SENHOR, porque transgrediram a minha aliança, e se rebelaram contra a minha lei.
2  E a mim clamarão: Deus meu! Nós, Israel, te conhecemos.
3  Israel rejeitou o bem; o inimigo persegui-lo-á.
4  Eles fizeram reis, mas não por mim; constituíram príncipes, mas eu não o soube; da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si, para serem destruídos.
5  O teu bezerro, ó Samaria, te rejeitou; a minha ira se acendeu contra eles; até quando serão eles incapazes da inocência?
6  Porque isso vem de Israel, um artífice o fez, e não é Deus; mas em pedaços será desfeito o bezerro de Samaria.
7  Porque semearam vento, e segarão tormenta, não haverá seara, a erva não dará farinha; se a der, tragá-la-ão os estrangeiros.
8  Israel foi devorado; agora está entre os gentios como um vaso em que ninguém tem prazer.
9  Porque subiram à Assíria, como um jumento montês, por si só; Efraim mercou amores.
10  Todavia, ainda que eles merquem entre as nações, eu os congregarei; e serão um pouco afligidos por causa da carga do rei dos príncipes.
11  Porquanto Efraim multiplicou os altares para pecar; teve altares para pecar.
12  Escrevi-lhe as grandezas da minha lei, porém essas são estimadas como coisa estranha.
13  Quanto aos sacrifícios das minhas ofertas, sacrificam carne, e a comem, mas o SENHOR não as aceita; agora se lembrará da sua iniqüidade, e punirá os seus pecados; eles voltarão para o Egito.
14  Porque Israel se esqueceu do seu Criador, e edificou templos, e Judá multiplicou cidades fortificadas. Mas eu enviarei um fogo contra as suas cidades, que consumirá os seus palácios.
OSÉIAS Capítulo 9
1  Não te alegres, ó Israel, não exultes, como os povos; porque ao prostituir-te abandonaste o teu Deus; amaste a paga de meretriz sobre todas as eiras de trigo.
2  A eira e o lagar não os manterão; e o mosto lhes faltará.
3  Na terra do SENHOR não permanecerão; mas Efraim tornará ao Egito, e na Assíria comerão comida imunda.
4  Não derramarão libações de vinho ao SENHOR, nem lhe agradarão as suas ofertas. Os seus sacrifícios lhes serão como pão de pranteadores; todos os que dele comerem serão imundos, porque o seu pão será somente para si mesmos; não entrará na casa do SENHOR.
5  Que fareis vós no dia da solenidade, e no dia da festa do SENHOR?
6  Porque, eis que eles se foram por causa da destruição, mas o Egito os recolherá, Mênfis os sepultará; o desejável da sua prata as urtigas o possuirão por herança, espinhos crescerão nas suas tendas.
7  Chegarão os dias da punição, chegarão os dias da retribuição; Israel o saberá; o profeta é um insensato, o homem de espírito é um louco; por causa da abundáncia da tua iniqüidade também haverá grande ódio.
8  Efraim era o vigia com o meu Deus, mas o profeta é como um laço de caçador de aves em todos os seus caminhos, e ódio na casa do seu Deus.
9  Muito profundamente se corromperam, como nos dias de Gibeá; ele lembrar-se-á das suas injustiças, visitará os pecados deles.
10  Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como a fruta temporã da figueira no seu princípio; mas eles foram para Baal-Peor, e se consagraram a essa vergonha, e se tornaram abomináveis como aquilo que amaram.
11  Quanto a Efraim, a sua glória como ave voará, não haverá nascimento, não haverá gestação nem concepção.
12  Ainda que venham a criar seus filhos, contudo os privarei deles para que não fique nenhum homem. Ai deles, quando deles eu me apartar!
13  Efraim, assim como vi a Tiro, está plantado num lugar aprazível; mas Efraim levará os seus filhos ao matador.
14  Dá-lhes, ó SENHOR; mas que lhes darás? Dá-lhes uma madre que aborte e seios secos.
15  Toda a sua malícia se acha em Gilgal, porque ali os odiei; por causa da maldade das suas obras lançá-los-ei para fora de minha casa. Não os amarei mais; todos os seus príncipes são rebeldes.
16  Efraim foi ferido, secou-se a sua raiz; não darão fruto; sim, ainda que gerem, matarei os frutos desejáveis do seu ventre.
17  O meu Deus os rejeitará, porque não o ouviram, e errantes andarão entre as nações.
OSÉIAS Capítulo 10
1  Israel é uma vide estéril que dá fruto para si mesmo; conforme a abundáncia do seu fruto, multiplicou também os altares; conforme a bondade da sua terra, assim, fizeram boas as estátuas.
2  O seu coração está dividido, por isso serão culpados; o Senhor demolirá os seus altares, e destruirá as suas estátuas.
3  Certamente agora dirão: Não temos rei, porque não tememos ao SENHOR; e o rei, que faria por nós?
4  Falaram palavras, jurando falsamente, fazendo uma aliança; por isso florescerá o juízo como erva peçonhenta nos sulcos dos campos.
5  Os moradores de Samaria serão atemorizados pelo bezerro de Bete-Aven; porque o seu povo se lamentará por causa dele, como também os seus sacerdotes idólatras que nele regozijavam, por causa da sua glória, que se apartou dela.
6  Também será levada para a Assíria como um presente ao rei Jarebe; Efraim ficará confuso, e Israel se envergonhará por causa do seu próprio conselho.
7  O rei de Samaria será desfeito como a espuma sobre a face da água.
8  E os altos de Aven, pecado de Israel, serão destruídos; espinhos e cardos crescerão sobre os seus altares; e dirão aos montes: Cobri-nos! E aos outeiros: Caí sobre nós!
9  Desde os dias de Gibeá pecaste, ó Israel; ali permaneceram; a peleja em Gibeá, contra os filhos da perversidade, não os alcançará.
10  Eu os castigarei na medida do meu desejo; e congregar-se-ão contra eles os povos, quando eu os atar pela sua dupla transgressão.
11  Porque Efraim é uma bezerra domada, que gosta de trilhar; e eu poupava a formosura do seu pescoço; mas farei cavalgar Efraim. Judá lavrará, Jacó lhe desfará os torrões.
12  Semeai para vós em justiça, ceifai segundo a misericórdia; lavrai o campo de lavoura; porque é tempo de buscar ao SENHOR, até que venha e chova a justiça sobre vós.
13  Lavrastes a impiedade, segastes a iniqüidade, e comestes o fruto da mentira; porque confiaste no teu caminho, na multidão dos teus poderosos.
14  Portanto, entre o teu povo se levantará um grande tumulto, e todas as tuas fortalezas serão destruídas, como Salmã destruiu a Bete-Arbel no dia da guerra; a mãe ali foi despedaçada com os filhos.
15  Assim vos fará Betel por causa da vossa grande malícia; de madrugada o rei de Israel será totalmente destruído.
OSÉIAS Capítulo 11
1  Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho.
2  Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face; sacrificavam a baalins, e queimavam incenso às imagens de escultura.
3  Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomando-os pelos seus braços, mas não entenderam que eu os curava.
4  Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor, e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e lhes dei mantimento.
5  Não voltará para a terra do Egito, mas a Assíria será seu rei; porque recusam converter-se.
6  E cairá a espada sobre as suas cidades, e consumirá os seus ramos, e os devorará, por causa dos seus próprios conselhos.
7  Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; ainda que chamam ao Altíssimo, nenhum deles o exalta.
8  Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como Admá? Te poria como Zeboim? Está comovido em mim o meu coração, as minhas compaixões à uma se acendem.
9  Não executarei o furor da minha ira; não voltarei para destruir a Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; eu não entrarei na cidade.
10  Andarão após o SENHOR; ele rugirá como leão; rugindo, pois, ele, os filhos do ocidente tremerão.
11  Tremendo virão como um passarinho, os do Egito, e como uma pomba, os da terra da Assíria, e os farei habitar em suas casas, diz o SENHOR.
12  Efraim me cercou com mentira, e a casa de Israel com engano; mas Judá ainda domina com Deus, e com os santos está fiel.
OSÉIAS Capítulo 12
1  Efraim se apascenta de vento, e segue o vento leste; todo o dia multiplica a mentira e a destruição; e fazem aliança com a Assíria, e o azeite se leva ao Egito.
2  O SENHOR também com Judá tem contenda, e castigará Jacó segundo os seus caminhos; segundo as suas obras o recompensará.
3  No ventre pegou do calcanhar de seu irmão, e na sua força lutou com Deus.
4  Lutou com o anjo, e prevaleceu; chorou, e lhe suplicou; em Betel o achou, e ali falou conosco,
5  Sim, o SENHOR, o Deus dos Exércitos; o SENHOR é o seu memorial.
6  Tu, pois, converte-te a teu Deus; guarda a benevolência e o juízo, e em teu Deus espera sempre.
7  E um mercador; tem nas mãos uma balança enganosa; ama a opressão.
8  E diz Efraim: Contudo me tenho enriquecido, e tenho adquirido para mim grandes bens; em todo o meu trabalho não acharão em mim iniqüidade alguma que seja pecado.
9  Mas eu sou o SENHOR teu Deus desde a terra do Egito; eu ainda te farei habitar em tendas, como nos dias da festa solene.
10  Falei aos profetas, e multipliquei a visão; e pelo ministério dos profetas propus símiles.
11  Não é Gileade iniqüidade? Pura vaidade são eles; em Gilgal sacrificam bois; os seus altares são como montões de pedras nos sulcos dos campos.
12  Jacó fugiu para o campo da Síria, e Israel serviu por uma mulher, e por uma mulher guardou o gado.
13  Mas o SENHOR por meio de um profeta fez subir a Israel do Egito, e por um profeta foi ele guardado.
14  Efraim mui amargosamente provocou a sua ira; portanto deixará ficar sobre ele o seu sangue, e o seu Senhor o recompensará pelo seu opróbrio.
OSÉIAS Capítulo 13
1  Quando Efraim falava, tremia-se; foi exaltado em Israel; mas ele se fez culpado em Baal, e morreu.
2  E agora multiplicaram pecados, e da sua prata fizeram uma imagem de fundição, ídolos segundo o seu entendimento, todos obra de artífices, dos quais dizem: Os homens que sacrificam beijem os bezerros.
3  Por isso serão como a nuvem da manhã, e como o orvalho da madrugada, que cedo passa; como folhelho que a tempestade lança da eira, e como a fumaça da chaminé.
4  Todavia, eu sou o SENHOR teu Deus desde a terra do Egito; portanto não reconhecerás outro deus além de mim, porque não há Salvador senão eu.
5  Eu te conheci no deserto, na terra muito seca.
6  Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se o seu coração, por isso se esqueceram de mim.
7  Serei, pois, para eles como leão; como leopardo espiarei no caminho.
8  Como ursa roubada dos seus filhos, os encontrarei, e lhes romperei as teias do seu coração, e como leão ali os devorarei; as feras do campo os despedaçarão.
9  Para a tua perda, ó Israel, te rebelaste contra mim, a saber, contra o teu ajudador.
10  Onde está agora o teu rei, para que te guarde em todas as tuas cidades, e os teus juízes, dos quais disseste: Dá-me rei e príncipes?
11  Dei-te um rei na minha ira, e tirei-o no meu furor.
12  A iniqüidade de Efraim está atada, o seu pecado está armazenado.
13  Dores de mulher de parto lhe sobrevirão; ele é um filho insensato; porque é tempo e não está no lugar em que deve vir à luz.
14  Eu os remirei da mão do inferno, e os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua perdição? O arrependimento está escondido de meus olhos.
15  Ainda que ele dê fruto entre os irmãos, virá o vento leste, vento do SENHOR, subindo do deserto, e secar-se-á a sua nascente, e secar-se-á a sua fonte; ele saqueará o tesouro de todos os vasos desejáveis.
16  Samaria virá a ser deserta, porque se rebelou contra o seu Deus; cairão à espada, seus filhos serão despedaçados, e as suas grávidas serão fendidas pelo meio.
OSÉIAS Capítulo 14
1  Converte-te, ó Israel, ao SENHOR teu Deus; porque pelos teus pecados tens caído.
2  Tomai convosco palavras, e convertei-vos ao SENHOR; dizei-lhe: Tira toda a iniqüidade, e aceita o que é bom; e ofereceremos como novilhos os sacrifícios dos nossos lábios.
3  Não nos salvará a Assíria, não iremos montados em cavalos, e à obra das nossas mãos já não diremos mais: Tu és o nosso deus; porque por ti o órfão alcança misericórdia.
4  Eu sararei a sua infidelidade, eu voluntariamente os amarei; porque a minha ira se apartou deles.
5  Eu serei para Israel como o orvalho. Ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o Líbano.
6  Estender-se-ão os seus galhos, e a sua glória será como a da oliveira, e sua fragráncia como a do Líbano.
7  Voltarão os que habitam debaixo da sua sombra; serão vivificados como o trigo, e florescerão como a vide; a sua memória será como o vinho do Líbano.
8  Efraim dirá: Que mais tenho eu com os ídolos? Eu o tenho ouvido, e cuidarei dele; eu sou como a faia verde; de mim é achado o teu fruto.
9  Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Quem é prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do SENHOR são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.
LIVRO DE JOEL
JOEL Capítulo 1
1  Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Joel, filho de Petuel.
2  Ouvi isto, vós anciãos, e escutai, todos os moradores da terra: Porventura isto aconteceu em vossos dias, ou nos dias de vossos pais?
3  Fazei sobre isto uma narração a vossos filhos, e vossos filhos a seus filhos, e os filhos destes à outra geração.
4  O que ficou da lagarta, o gafanhoto o comeu, e o que ficou do gafanhoto, a locusta o comeu, e o que ficou da locusta, o pulgão o comeu.
5  Despertai-vos, bêbados, e chorai; gemei, todos os que bebeis vinho, por causa do mosto, porque tirado é da vossa boca.
6  Porque subiu contra a minha terra uma nação poderosa e sem número; os seus dentes são dentes de leão, e têm queixadas de um leão velho.
7  Fez da minha vide uma assolação, e tirou a casca da minha figueira; despiu-a toda, e a lançou por terra; os seus sarmentos se embranqueceram.
8  Lamenta como a virgem que está cingida de saco, pelo marido da sua mocidade.
9  Foi cortada a oferta de alimentos e a libação da casa do SENHOR; os sacerdotes, ministros do SENHOR, estão entristecidos.
10  O campo está assolado, e a terra triste; porque o trigo está destruído, o mosto se secou, o azeite acabou.
11  Envergonhai-vos, lavradores, gemei, vinhateiros, sobre o trigo e a cevada; porque a colheita do campo pereceu.
12  A vide se secou, a figueira se murchou, a romeira também, e a palmeira e a macieira; todas as árvores do campo se secaram, e já não há alegria entre os filhos dos homens.
13  Cingi-vos e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai a noite vestidos de saco, ministros do meu Deus; porque a oferta de alimentos, e a libação, foram cortadas da casa de vosso Deus.
14  Santificai um jejum, convocai uma assembléia solene, congregai os anciãos, e todos os moradores desta terra, na casa do SENHOR vosso Deus, e clamai ao SENHOR.
15  Ai do dia! Porque o dia do SENHOR está perto, e virá como uma assolação do Todo-Poderoso.
16  Porventura o mantimento não está cortado de diante de nossos olhos, a alegria e o regozijo da casa de nosso Deus?
17  As sementes apodreceram debaixo dos seus torrões, os celeiros foram assolados, os armazéns derrubados, porque se secou o trigo.
18  Como geme o animal! As manadas de gados estão confusas, porque não têm pasto; também os rebanhos de ovelhas estão perecendo.
19  A ti, ó SENHOR, clamo, porque o fogo consumiu os pastos do deserto, e a chama abrasou todas as árvores do campo.
20  Também todos os animais do campo bramam a ti; porque as correntes de água se secaram, e o fogo consumiu os pastos do deserto.
JOEL Capítulo 2
1  Tocai a trombeta em Sião, e clamai em alta voz no meu santo monte; tremam todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, já está perto;
2  Dia de trevas e de escuridão; dia de nuvens e densas trevas, como a alva espalhada sobre os montes; povo grande e poderoso, qual nunca houve desde o tempo antigo, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração.
3  Diante dele um fogo consome, e atrás dele uma chama abrasa; a terra diante dele é como o jardim do Éden, mas atrás dele um desolado deserto; sim, nada lhe escapará.
4  A sua aparência é como a de cavalos; e como cavaleiros assim correm.
5  Como o estrondo de carros, irão saltando sobre os cumes dos montes, como o ruído da chama de fogo que consome a pragana, como um povo poderoso, posto em ordem para o combate.
6  Diante dele temerão os povos; todos os rostos se tornarão enegrecidos.
7  Como valentes correrão, como homens de guerra subirão os muros; e marchará cada um no seu caminho e não se desviará da sua fileira.
8  Ninguém apertará a seu irmão; marchará cada um pelo seu caminho; sobre a mesma espada se arremessarão, e não serão feridos.
9  Irão pela cidade, correrão pelos muros, subirão às casas, entrarão pelas janelas como o ladrão.
10  Diante dele tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor.
11  E o SENHOR levantará a sua voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial; porque poderoso é, executando a sua palavra; porque o dia do SENHOR é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar?
12  Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.
13  E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.
14  Quem sabe se não se voltará e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de alimentos e libação para o SENHOR vosso Deus?
15  Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembléia solene.
16  Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai as crianças, e os que mamam; saia o noivo da sua recámara, e a noiva do seu aposento.
17  Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?
18  Então o SENHOR se mostrou zeloso da sua terra, e compadeceu-se do seu povo.
19  E o SENHOR, respondendo, disse ao seu povo: Eis que vos envio o trigo, e o mosto, e o azeite, e deles sereis fartos, e vos não entregarei mais ao opróbrio entre os gentios.
20  Mas removerei para longe de vós o exército do norte, e lançá-lo-ei em uma terra seca e deserta; a sua frente para o mar oriental, e a sua retaguarda para o mar ocidental; e subirá o seu mau cheiro, e subirá a sua podridão; porque fez grandes coisas.
21  Não temas, ó terra: regozija-te e alegra-te, porque o SENHOR fez grandes coisas.
22  Não temais, animais do campo, porque os pastos do deserto reverdecerão, porque o arvoredo dará o seu fruto, a vide e a figueira darão a sua força.
23  E vós, filhos de Sião, regozijai-vos e alegrai-vos no SENHOR vosso Deus, porque ele vos dará em justa medida a chuva temporã; fará descer a chuva no primeiro mês, a temporã e a seródia.
24  E as eiras se encherão de trigo, e os lagares transbordarão de mosto e de azeite.
25  E restituir-vos-ei os anos que comeu o gafanhoto, a locusta, e o pulgão e a lagarta, o meu grande exército que enviei contra vós.
26  E comereis abundantemente e vos fartareis, e louvareis o nome do SENHOR vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo nunca mais será envergonhado.
27  E vós sabereis que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o SENHOR vosso Deus, e que não há outro; e o meu povo nunca mais será envergonhado.
28  E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.
29  E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito.
30  E mostrarei prodígios no céu, e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumaça.
31  O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR.
32  E há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como disse o SENHOR, e entre os sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar.
JOEL Capítulo 3
1  Porque, eis que naqueles dias, e naquele tempo, em que removerei o cativeiro de Judá e de Jerusalém,
2  Congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre as nações e repartiram a minha terra.
3  E lançaram sortes sobre o meu povo, e deram um menino por uma meretriz, e venderam uma menina por vinho, para beberem.
4  E também que tendes vós comigo, Tiro e Sidom, e todas as regiões da Filístia? É tal o pago que vós me dais? Pois se me pagais assim, bem depressa vos farei tornar a vossa paga sobre a vossa cabeça.
5  Visto como levastes a minha prata e o meu ouro, e as minhas coisas desejáveis e formosas pusestes nos vossos templos.
6  E vendestes os filhos de Judá e os filhos de Jerusalém aos filhos dos gregos, para os apartar para longe dos seus termos.
7  Eis que eu os suscitarei do lugar para onde os vendestes, e farei tornar a vossa paga sobre a vossa própria cabeça.
8  E venderei vossos filhos e vossas filhas na mão dos filhos de Judá, que os venderão aos sabeus, a um povo distante, porque o SENHOR o disse.
9  Proclamai isto entre os gentios; preparai a guerra, suscitai os fortes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra.
10  Forjai espadas das vossas enxadas, e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou forte.
11  Ajuntai-vos, e vinde, todos os gentios em redor, e congregai-vos. O SENHOR, faze descer ali os teus fortes;
12  Suscitem-se os gentios, e subam ao vale de Jeosafá; pois ali me assentarei para julgar todos os gentios em redor.
13  Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, e os vasos dos lagares transbordam, porque a sua malícia é grande.
14  Multidões, multidões no vale da decisão; porque o dia do SENHOR está perto, no vale da decisão.
15  O sol e a lua enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor.
16  E o SENHOR bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; e os céus e a terra tremerão, mas o SENHOR será o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel.
17  E vós sabereis que eu sou o SENHOR vosso Deus, que habito em Sião, o meu santo monte; e Jerusalém será santa; estranhos não passarão mais por ela.
18  E há de ser que, naquele dia, os montes destilarão mosto, e os outeiros manarão leite, e todos os rios de Judá estarão cheios de águas; e sairá uma fonte, da casa do SENHOR, e regará o vale de Sitim.
19  O Egito se fará uma desolação, e Edom se fará um deserto assolado, por causa da violência que fizeram aos filhos de Judá, em cuja terra derramaram sangue inocente.
20  Mas Judá será habitada para sempre, e Jerusalém de geração em geração.
21  E purificarei o sangue dos que eu não tinha purificado; porque o SENHOR habitará em Sião.
LIVRO DE AMÓS
AMÓS Capítulo 1
1  As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as quais viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
2  Ele disse: O SENHOR bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; os prados dos pastores prantearão, e secar-se-á o cume do Carmelo.
3  Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Damasco, e por quatro, não retirarei o castigo, porque trilharam a Gileade com trilhos de ferro.
4  Por isso porei fogo à casa de Hazael, e ele consumirá os palácios de Ben-Hadade.
5  E quebrarei o ferrolho de Damasco, e exterminarei o morador do vale de Aven, e ao que tem o cetro de Bete-Éden; e o povo da Síria será levado em cativeiro a Quir, diz o SENHOR.
6  Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Gaza, e por quatro, não retirarei o castigo, porque levaram em cativeiro todos os cativos para os entregarem a Edom.
7  Por isso porei fogo ao muro de Gaza, e ele consumirá os seus palácios.
8  E exterminarei o morador de Asdode, e o que tem o cetro de Ascalom, e tornarei a minha mão contra Ecrom; e o restante dos filisteus perecerá, diz o Senhor DEUS.
9  Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Tiro, e por quatro, não retirarei o castigo, porque entregaram todos os cativos a Edom, e não se lembraram da aliança dos irmãos.
10  Por isso porei fogo ao muro de Tiro, e ele consumirá os seus palácios.
11  Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Edom, e por quatro, não retirarei o castigo, porque perseguiu a seu irmão à espada, e aniquilou as suas misericórdias; e a sua ira despedaçou eternamente, e conservou a sua indignação para sempre.
12  Por isso porei fogo a Temã, e ele consumirá os palácios de Bozra.
13  Assim diz o SENHOR: Por três transgressões dos filhos de Amom, e por quatro, não retirarei o castigo, porque fenderam o ventre às grávidas de Gileade, para dilatarem os seus termos.
14  Por isso porei fogo ao muro de Rabá, e ele consumirá os seus palácios, com alarido no dia da batalha, com tempestade no dia da tormenta.
15  E o seu rei irá para o cativeiro, ele e os seus príncipes juntamente, diz o SENHOR.
AMÓS Capítulo 2
1  Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Moabe, e por quatro, não retirarei o castigo, porque queimou os ossos do rei de Edom, até os tornar a cal.
2  Por isso porei fogo a Moabe, e consumirá os palácios de Queriote; e Moabe morrerá com grande estrondo, com alarido, com som de trombeta.
3  E exterminarei o juiz do meio dele, e a todos os seus príncipes com ele matarei, diz o SENHOR.
4  Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Judá, e por quatro, não retirarei o castigo, porque rejeitaram a lei do SENHOR, e não guardaram os seus estatutos, antes se deixaram enganar por suas próprias mentiras, após as quais andaram seus pais.
5  Por isso porei fogo a Judá, e ele consumirá os palácios de Jerusalém.
6  Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Israel, e por quatro, não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos,
7  Suspirando pelo pó da terra, sobre a cabeça dos pobres, pervertem o caminho dos mansos; e um homem e seu pai entram à mesma moça, para profanarem o meu santo nome.
8  E se deitam junto a qualquer altar sobre roupas empenhadas, e na casa dos seus deuses bebem o vinho dos que tinham multado.
9  Todavia eu destruí diante dele o amorreu, cuja altura era como a altura dos cedros, e que era forte como os carvalhos; mas destruí o seu fruto por cima, e as suas raízes por baixo.
10  Também vos fiz subir da terra do Egito, e quarenta anos vos guiei no deserto, para que possuísseis a terra do amorreu.
11  E dentre vossos filhos suscitei profetas, e dentre os vossos jovens nazireus. Não é isto assim, filhos de Israel? diz o SENHOR.
12  Mas vós aos nazireus destes vinho a beber, e aos profetas ordenastes, dizendo: Não profetizareis.
13  Eis que eu vos apertarei no vosso lugar como se aperta um carro cheio de feixes.
14  Assim perecerá a fuga ao ágil; nem o forte corroborará a sua força, nem o poderoso livrará a sua vida.
15  E não ficará em pé o que maneja o arco, nem o ligeiro de pés se livrará, nem tampouco se livrará o que vai montado a cavalo.
16  E o mais corajoso entre os fortes fugirá nu naquele dia, diz o SENHOR.
AMÓS Capítulo 3
1  Ouvi esta palavra que o SENHOR fala contra vós, filhos de Israel, contra toda a família que fiz subir da terra do Egito, dizendo:
2  De todas as famílias da terra só a vós vos tenho conhecido; portanto eu vos punirei por todas as vossas iniqüidades.
3  Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?
4  Rugirá o leão no bosque, sem que tenha presa? Levantará o leãozinho no seu covil a sua voz, se nada tiver apanhado?
5  Cairá a ave no laço em terra, se não houver armadilha para ela? Levantar-se-á da terra o laço, sem que tenha apanhado alguma coisa?
6  Tocar-se-á a trombeta na cidade, e o povo não estremecerá? Sucederá algum mal na cidade, sem que o SENHOR o tenha feito?
7  Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.
8  Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor DEUS, quem não profetizará?
9  Fazei ouvir isso nos palácios de Asdode, e nos palácios da terra do Egito, e dizei: Ajuntai-vos sobre os montes de Samaria, e vede que grandes alvoroços há no meio dela, e como são oprimidos dentro dela.
10  Porque não sabem fazer o que é reto, diz o SENHOR, aqueles que entesouram nos seus palácios a violência e a destruição.
11  Portanto, o Senhor DEUS diz assim: O inimigo virá, e cercará a terra, derrubará a tua fortaleza, e os teus palácios serão saqueados.
12  Assim diz o SENHOR: Como o pastor livra da boca do leão as duas pernas, ou um pedaço da orelha, assim serão livrados os filhos de Israel que habitam em Samaria, em canto da cama, e no Damasco, num leito.
13  Ouvi, e protestai contra a casa de Jacó, diz o Senhor DEUS, o Deus dos Exércitos;
14  Pois no dia em que eu punir as transgressões de Israel, também castigarei os altares de Betel; e as pontas do altar serão cortadas, e cairão por terra.
15  E ferirei a casa de inverno juntamente com a casa de verão; e as casas de marfim perecerão, e as grandes casas terão fim, diz o SENHOR.
AMÓS Capítulo 4
1  Ouvi esta palavra vós, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, que oprimis aos pobres, que esmagais os necessitados, que dizeis a vossos senhores: Dai cá, e bebamos.
2  Jurou o Senhor DEUS, pela sua santidade, que dias estão para vir sobre vós, em que vos levarão com ganchos e a vossos descendentes com anzóis de pesca.
3  E saireis pelas brechas, uma após outra, e sereis lançados para Harmom, disse o SENHOR.
4  Vinde a Betel, e transgredi; a Gilgal, e multiplicai as transgressões; e cada manhã trazei os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos de três em três dias.
5  E oferecei o sacrifício de louvores do que é levedado, e apregoai as ofertas voluntárias, publicai-as; porque disso gostais, ó filhos de Israel, disse o Senhor DEUS.
6  Por isso também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades, e falta de pão em todos os vossos lugares; contudo não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.
7  Além disso, retive de vós a chuva quando ainda faltava três meses para a ceifa; e fiz que chovesse sobre uma cidade, e não chovesse sobre a outra cidade; sobre um campo choveu, mas o outro, sobre o qual não choveu, secou-se.
8  E andaram errantes duas ou três cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.
9  Feri-vos com queimadura, e com ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras, comeu a locusta; contudo não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.
10  Enviei a peste contra vós, à maneira do Egito; os vossos jovens matei à espada, e os vossos cavalos deixei levar presos, e o mau cheiro dos vossos arraiais fiz subir as vossas narinas; contudo não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.
11  Subverti a alguns dentre vós, como Deus subverteu a Sodoma e Gomorra, e vós fostes como um tição arrebatado do incêndio; contudo não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.
12  Portanto, assim te farei, ó Israel! E porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus.
13  Porque eis aqui o que forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual seja o seu pensamento, o que faz da manhã trevas, e pisa os altos da terra; o SENHOR, o Deus dos Exércitos, é o seu nome.
AMÓS Capítulo 5
1  Ouvi esta palavra, que levanto como uma lamentação sobre vós, ó casa de Israel.
2  A virgem de Israel caiu, e não mais tornará a levantar-se; desamparada está na sua terra, não há quem a levante.
3  Porque assim diz o Senhor DEUS: A cidade da qual saem mil conservará cem, e aquela da qual saem cem conservará dez, para a casa de Israel.
4  Porque assim diz o SENHOR à casa de Israel: Buscai-me, e vivei.
5  Mas não busqueis a Betel, nem venhais a Gilgal, nem passeis a Berseba, porque Gilgal certamente será levada ao cativeiro, e Betel será desfeita em nada.
6  Buscai ao SENHOR, e vivei, para que ele não irrompa na casa de José como um fogo, e a consuma, e não haja em Betel quem o apague.
7  Vós que converteis o juízo em alosna, e deitais por terra a justiça.
8  Procurai o que faz o Sete-estrelo e o Orion e torna a sombra da noite em manhã, e faz escurecer o dia como a noite, que chama as águas do mar, e as derrama sobre a terra; o SENHOR é o seu nome.
9  O que promove súbita destruição contra o forte; de modo que venha a destruição contra a fortaleza.
10  Odeiam na porta ao que os repreende, e abominam ao que fala sinceramente.
11  Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis um tributo de trigo, edificastes casas de pedras lavradas, mas nelas não habitareis; vinhas desejáveis plantastes, mas não bebereis do seu vinho.
12  Porque sei que são muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate, e rejeitais os necessitados na porta.
13  Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau.
14  Buscai o bem, e não o mal, para que vivais; e assim o SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.
15  Odiai o mal, e amai o bem, e estabelecei na porta o juízo. Talvez o SENHOR Deus dos Exércitos tenha piedade do remanescente de José.
16  Portanto, assim diz o SENHOR, o Deus dos Exércitos, o Senhor: Em todas as ruas haverá pranto, e em todas as estradas dirão: Ai! Ai! E ao lavrador chamarão para choro, e para pranto os que souberem prantear.
17  E em todas as vinhas haverá pranto; porque passarei pelo meio de ti, diz o SENHOR.
18  Ai daqueles que desejam o dia do SENHOR! Para que quereis vós este dia do SENHOR? Será de trevas e não de luz.
19  É como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se entrando numa casa, a sua mão encostasse à parede, e fosse mordido por uma cobra.
20  Não será, pois, o dia do SENHOR trevas e não luz, e escuridão, sem que haja resplendor?
21  Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro.
22  E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos.
23  Afasta de mim o estrépito dos teus cánticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas.
24  Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso.
25  Oferecestes-me vós sacrifícios e oblações no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel?
26  Antes levastes a tenda de vosso Moloque, e a estátua das vossas imagens, a estrela do vosso deus, que fizestes para vós mesmos.
27  Portanto vos levarei cativos, para além de Damasco, diz o SENHOR, cujo nome é o Deus dos Exércitos.
AMÓS Capítulo 6
1  Ai dos que vivem sossegados em Sião, e dos que estão confiados no monte de Samaria, que têm nome entre as primeiras das nações, e aos quais vem a casa de Israel!
2  Passai a Calne, e vede; e dali ide à grande Hamate; e depois descei a Gate dos filisteus; serão melhores que estes reinos? Ou maior o seu termo do que o vosso termo?
3  O vós que afastais o dia mau, e fazeis chegar o assento da violência.
4  Ai dos que dormem em camas de marfim, e se estendem sobre os seus leitos, e comem os cordeiros do rebanho, e os bezerros do meio do curral.
5  Que cantam ao som da viola, e inventam para si instrumentos musicais, assim como Davi;
6  Que bebem vinho em taças, e se ungem com o mais excelente óleo: mas não se afligem pela ruína de José;
7  Portanto agora irão em cativeiro entre os primeiros dos que forem levados cativos, e cessarão os festins dos banqueteadores.
8  Jurou o Senhor DEUS por si mesmo, diz o SENHOR, o Deus dos Exércitos: Abomino a soberba de Jacó, e odeio os seus palácios; por isso entregarei a cidade e tudo o que nela há.
9  E acontecerá que, se numa casa ficarem dez homens, morrerão.
10  Quando o tio de alguém, aquele que o queima, o tomar para levar-lhe os ossos para fora da casa, e disser ao que estiver no mais interior da casa: Está ainda alguém contigo? E este responder: Ninguém; então lhe dirá ele: Cala-te, porque não devemos fazer menção do nome do SENHOR.
11  Porque, eis que o SENHOR ordena, e ferirá a casa grande de brechas, e a casa pequena de fendas.
12  Porventura correrão cavalos sobre rocha? Lavrar-se-á nela com bois? Mas vós haveis tornado o juízo em fel, e o fruto da justiça em alosna;
13  Vós que vos alegrais do nada, vós que dizeis: Não é assim que por nossa própria força nos temos tornado poderosos?
14  Porque, eis que eu levantarei sobre vós, ó casa de Israel, uma nação, diz o SENHOR, o Deus dos Exércitos, e oprimir-vos-á, desde a entrada de Hamate até ao ribeiro do deserto.
AMÓS Capítulo 7
1  O SENHOR DEUS assim me fez ver, e eis que ele formava gafanhotos no princípio do rebento da erva seródia, e eis que era a erva seródia depois de findas as ceifas do rei.
2  E aconteceu que, tendo eles comido completamente a erva da terra, eu disse: Senhor DEUS, perdoa, rogo-te; quem levantará a Jacó? pois ele é pequeno.
3  Então o SENHOR se arrependeu disso. Não acontecerá, disse o SENHOR.
4  Assim me mostrou o Senhor DEUS: Eis que o Senhor DEUS clamava, para contender com fogo; este consumiu o grande abismo, e também uma parte da terra.
5  Então eu disse: Senhor DEUS, cessa, eu te peço; quem levantará Jacó? pois é pequeno.
6  E o SENHOR se arrependeu disso. Nem isso acontecerá, disse o Senhor DEUS.
7  Mostrou-me também assim: e eis que o Senhor estava sobre um muro, levantado a prumo; e tinha um prumo na sua mão.
8  E o SENHOR me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.
9  Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão.
10  Então Amazias, o sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: Amós tem conspirado contra ti, no meio da casa de Israel; a terra não poderá sofrer todas as suas palavras.
11  Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada, e Israel certamente será levado para fora da sua terra em cativeiro.
12  Depois Amazias disse a Amós: Vai-te, ó vidente, e foge para a terra de Judá, e ali come o pão, e ali profetiza;
13  Mas em Betel daqui por diante não profetizes mais, porque é o santuário do rei e casa real.
14  E respondeu Amós, dizendo a Amazias: Eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas boiadeiro, e cultivador de sicómoros.
15  Mas o SENHOR me tirou de seguir o rebanho, e o SENHOR me disse: Vai, e profetiza ao meu povo Israel.
16  Agora, pois, ouve a palavra do SENHOR: Tu dizes: Não profetizes contra Israel, nem fales contra a casa de Isaque.
17  Portanto assim diz o SENHOR: Tua mulher se prostituirá na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a tua terra será repartida a cordel, e tu morrerás na terra imunda, e Israel certamente será levado cativo para fora da sua terra.
AMÓS Capítulo 8
1  O SENHOR DEUS assim me fez ver: E eis aqui um cesto de frutos do verão.
2  E disse: Que vês, Amós? E eu disse: Um cesto de frutos do verão. Então o SENHOR me disse: Chegou o fim sobre o meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.
3  Mas os cánticos do templo naquele dia serão gemidos, diz o Senhor DEUS; multiplicar-se-ão os cadáveres; em todos os lugares serão lançados fora em silêncio.
4  Ouvi isto, vós que anelais o abatimento do necessitado; e destruís os miseráveis da terra,
5  Dizendo: Quando passará a lua nova, para vendermos o grão, e o sábado, para abrirmos os celeiros de trigo, diminuindo o efa, e aumentando o siclo, e procedendo dolosamente com balanças enganosas,
6  Para comprarmos os pobres por dinheiro, e os necessitados por um par de sapatos, e para vendermos o refugo do trigo.
7  Jurou o SENHOR pela glória de Jacó: Eu não me esquecerei de todas as suas obras para sempre.
8  Por causa disto não extremecerá a terra, e não chorará todo aquele que nela habita? Certamente levantar-se-á toda ela como o grande rio, e será agitada, e baixará como o rio do Egito.
9  E sucederá que, naquele dia, diz o Senhor DEUS, farei que o sol se ponha ao meio dia, e a terra se entenebreça no dia claro.
10  E tornarei as vossas festas em luto, e todos os vossos cánticos em lamentações; e porei pano de saco sobre todos os lombos, e calva sobre toda cabeça; e farei que isso seja como luto por um filho único, e o seu fim como dia de amarguras.
11  Eis que vêm dias, diz o Senhor DEUS, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR.
12  E irão errantes de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a palavra do SENHOR, mas não a acharão.
13  Naquele dia as virgens formosas e os jovens desmaiarão de sede.
14  Os que juram pela culpa de Samaria, dizendo: Vive o teu deus, ó Dã; e vive o caminho de Berseba; esses mesmos cairão, e não se levantarão jamais.
AMÓS Capítulo 9
1  Vi o Senhor, que estava em pé sobre o altar; e me disse: Fere o capitel, e estremeçam os umbrais, e faze tudo em pedaços sobre a cabeça de todos eles; e eu matarei à espada até ao último deles; nenhum deles conseguirá fugir, nenhum deles escapará.
2  Ainda que cavem até ao inferno, a minha mão os tirará dali; e, se subirem ao céu, dali os farei descer.
3  E, se se esconderem no cume do Carmelo, buscá-los-ei, e dali os tirarei; e, se dos meus olhos se ocultarem no fundo do mar, ali darei ordem à serpente, e ela os picará.
4  E, se forem em cativeiro diante de seus inimigos, ali darei ordem à espada que os mate; e eu porei os meus olhos sobre eles para o mal, e não para o bem.
5  Porque o Senhor DEUS dos Exércitos é o que toca a terra, e ela se derrete, e todos os que habitam nela chorarão; e ela subirá toda como um rio, e abaixará como o rio do Egito.
6  Ele é o que edifica as suas cámaras superiores no céu, e fundou na terra a sua abóbada, e o que chama as águas do mar, e as derrama sobre a terra; o SENHOR é o seu nome.
7  Não me sois, vós, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? diz o SENHOR: Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e aos filisteus de Caftor, e aos sírios de Quir?
8  Eis que os olhos do Senhor DEUS estão contra este reino pecador, e eu o destruirei de sobre a face da terra; mas não destruirei de todo a casa de Jacó, diz o SENHOR.
9  Porque eis que darei ordem, e sacudirei a casa de Israel entre todas as nações, assim como se sacode grão no crivo, sem que caia na terra um só grão.
10  Todos os pecadores do meu povo morrerão à espada, os que dizem: Não nos alcançará nem nos encontrará o mal.
11  Naquele dia tornarei a levantar o tabernáculo caído de Davi, e repararei as suas brechas, e tornarei a levantar as suas ruínas, e o edificarei como nos dias da antiguidade;
12  Para que possuam o restante de Edom, e todos os gentios que são chamados pelo meu nome, diz o SENHOR, que faz essas coisas.
13  Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as uvas ao que lança a semente; e os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão.
14  E trarei do cativeiro meu povo Israel, e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto.
15  E plantá-los-ei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o SENHOR teu Deus.
 LIVRO DE OBADIAS
OBADIAS Capítulo 1
1  Visão de Obadias: Assim diz o Senhor DEUS a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do SENHOR, e foi enviado aos gentios um emissário, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra.
2  Eis que te fiz pequeno entre os gentios; tu és muito desprezado.
3  A soberba do teu coração te enganou, como o que habita nas fendas das rochas, na sua alta morada, que diz no seu coração: Quem me derrubará em terra?
4  Se te elevares como águia, e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derrubarei, diz o SENHOR.
5  Se viessem a ti ladrões, ou assaltantes de noite (como estás destruído!), não furtariam o que lhes bastasse? Se a ti viessem os vindimadores, não deixariam algumas uvas?
6  Como foram rebuscados os bens de Esaú! Como foram investigados os seus tesouros escondidos!
7  Todos os teus confederados te levaram até a fronteira; os que gozam da tua paz te enganaram, prevaleceram contra ti; os que comem o teu pão puseram debaixo de ti uma armadilha; não há nele entendimento.
8  Porventura não acontecerá naquele dia, diz o SENHOR, que farei perecer os sábios de Edom, e o entendimento do monte de Esaú?
9  E os teus poderosos, ó Temã, estarão atemorizados, para que do monte de Esaú seja cada um exterminado pela matança.
10  Por causa da violência feita a teu irmão Jacó, cobrir-te-á a confusão, e serás exterminado para sempre.
11  No dia em que o confrontaste, no dia em que estranhos levaram cativo o seu exército, e os estrangeiros entravam pelas suas portas, e lançaram sortes sobre Jerusalém, tu eras também como um deles.
12  Mas tu não devias olhar com prazer para o dia de teu irmão, no dia do seu infortúnio; nem alegrar-te sobre os filhos de Judá, no dia da sua ruína; nem alargar a tua boca, no dia da angústia;
13  Nem entrar pela porta do meu povo, no dia da sua calamidade; sim, tu não devias olhar satisfeito o seu mal, no dia da sua calamidade; nem lançar mão dos seus bens, no dia da sua calamidade;
14  Nem parar nas encruzilhadas, para exterminares os que escapassem; nem entregar os que lhe restassem, no dia da angústia.
15  Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todos os gentios; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua recompensa voltará sobre a tua cabeça.
16  Porque, como vós bebestes no meu santo monte, assim beberão também de contínuo todos os gentios; beberão, e sorverão, e serão como se nunca tivessem sido.
17  Mas no monte Sião haverá livramento, e ele será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades.
18  E a casa de Jacó será fogo, e a casa de José uma chama, e a casa de Esaú palha; e se acenderão contra eles, e os consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú, porque o SENHOR o falou.
19  E os do sul possuirão o monte de Esaú, e os das planícies, os filisteus; possuirão também os campos de Efraim, e os campos de Samaria; e Benjamim possuirá a Gileade.
20  E os cativos deste exército, dos filhos de Israel, possuirão os cananeus, até Zarefate; e os cativos de Jerusalém, que estão em Sefarade, possuirão as cidades do sul.
21  E subirão salvadores ao monte Sião, para julgarem o monte de Esaú; e o reino será do SENHOR. 
LIVRO DE JONAS
JONAS Capítulo 1
1  E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
2  Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença.
3  Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do SENHOR para Társis. E descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR.
4  Mas o SENHOR mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma forte tempestade, e o navio estava a ponto de quebrar-se.
5  Então temeram os marinheiros, e clamavam cada um ao seu deus, e lançaram ao mar as cargas, que estavam no navio, para o aliviarem do seu peso; Jonas, porém, desceu ao porão do navio, e, tendo-se deitado, dormia um profundo sono.
6  E o mestre do navio chegou-se a ele, e disse-lhe: Que tens, dorminhoco? Levanta-te, clama ao teu Deus; talvez assim ele se lembre de nós para que não pereçamos.
7  E diziam cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por que causa nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas.
8  Então lhe disseram: Declara-nos tu agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual é a tua terra? E de que povo és tu?
9  E ele lhes disse: Eu sou hebreu, e temo ao SENHOR, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca.
10  Então estes homens se encheram de grande temor, e disseram-lhe: Por que fizeste tu isto? Pois sabiam os homens que fugia da presença do SENHOR, porque ele lho tinha declarado.
11  E disseram-lhe: Que te faremos nós, para que o mar se nos acalme? Porque o mar ia se tornando cada vez mais tempestuoso.
12  E ele lhes disse: Levantai-me, e lançai-me ao mar, e o mar se vos aquietará; porque eu sei que por minha causa vos sobreveio esta grande tempestade.
13  Entretanto, os homens remavam, para fazer voltar o navio à terra, mas não podiam, porquanto o mar se ia embravecendo cada vez mais contra eles.
14  Então clamaram ao SENHOR, e disseram: Ah, SENHOR! Nós te rogamos, que não pereçamos por causa da alma deste homem, e que não ponhas sobre nós o sangue inocente; porque tu, SENHOR, fizeste como te aprouve.
15  E levantaram a Jonas, e o lançaram ao mar, e cessou o mar da sua fúria.
16  Temeram, pois, estes homens ao SENHOR com grande temor; e ofereceram sacrifício ao SENHOR, e fizeram votos.
17  Preparou, pois, o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe.
JONAS Capítulo 2
1  E orou Jonas ao SENHOR, seu Deus, das entranhas do peixe.
2  E disse: Na minha angústia clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz.
3  Porque tu me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado por cima de mim.
4  E eu disse: Lançado estou de diante dos teus olhos; todavia tornarei a ver o teu santo templo.
5  As águas me cercaram até à alma, o abismo me rodeou, e as algas se enrolaram na minha cabeça.
6  Eu desci até aos fundamentos dos montes; a terra me encerrou para sempre com os seus ferrolhos; mas tu fizeste subir a minha vida da perdição, ó SENHOR meu Deus.
7  Quando desfalecia em mim a minha alma, lembrei-me do SENHOR; e entrou a ti a minha oração, no teu santo templo.
8  Os que observam as falsas vaidades deixam a sua misericórdia.
9  Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei. Do SENHOR vem a salvação.
10  Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra seca.
JONAS Capítulo 3
1  E veio a palavra do SENHOR segunda vez a Jonas, dizendo:
2  Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a mensagem que eu te digo.
3  E levantou-se Jonas, e foi a Nínive, segundo a palavra do SENHOR. Ora, Nínive era uma cidade muito grande, de três dias de caminho.
4  E começou Jonas a entrar pela cidade caminho de um dia, e pregava, dizendo: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida.
5  E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior até ao menor.
6  Esta palavra chegou também ao rei de Nínive; e ele levantou-se do seu trono, e tirou de si as suas vestes, e cobriu-se de saco, e sentou-se sobre a cinza.
7  E fez uma proclamação que se divulgou em Nínive, pelo decreto do rei e dos seus grandes, dizendo: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê alimentos, nem bebam água;
8  Mas os homens e os animais sejam cobertos de sacos, e clamem fortemente a Deus, e convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos.
9  Quem sabe se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?
10  E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez.
JONAS Capítulo 4
1  Mas isso desagradou extremamente a Jonas, e ele ficou irado.
2  E orou ao SENHOR, e disse: Ah! SENHOR! Não foi esta minha palavra, estando ainda na minha terra? Por isso é que me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longánimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal.
3  Peço-te, pois, ó SENHOR, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver.
4  E disse o SENHOR: Fazes bem que assim te ires?
5  Então Jonas saiu da cidade, e sentou-se ao oriente dela; e ali fez uma cabana, e sentou-se debaixo dela, à sombra, até ver o que aconteceria à cidade.
6  E fez o SENHOR Deus nascer uma aboboreira, e ela subiu por cima de Jonas, para que fizesse sombra sobre a sua cabeça, a fim de o livrar do seu enfado; e Jonas se alegrou em extremo por causa da aboboreira.
7  Mas Deus enviou um verme, no dia seguinte ao subir da alva, o qual feriu a aboboreira, e esta se secou.
8  E aconteceu que, aparecendo o sol, Deus mandou um vento calmoso oriental, e o sol feriu a cabeça de Jonas; e ele desmaiou, e desejou com toda a sua alma morrer, dizendo: Melhor me é morrer do que viver.
9  Então disse Deus a Jonas: Fazes bem que assim te ires por causa da aboboreira? E ele disse: Faço bem que me revolte até à morte.
10  E disse o SENHOR: Tiveste tu compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer, que numa noite nasceu, e numa noite pereceu;
11  E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?
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